Como me tornei professor, por Pierre Lucena
13 / Dezembro / 2017
Nunca pensei em seguir a carreira de docente quando entrei na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para cursar Administração, ainda na década de 1990.
Na época, havia o movimento Fora Collor e eu pude levar minha vida acadêmica de forma muito intensa, não apenas cursando as disciplinas, mas também participando do movimento estudantil. Assim, fui presidente do Diretório Acadêmico (DA) de Administração e acabei me elegendo presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPE. Esse período foi marcante em minha trajetória e hoje avalio que foi uma das experiências mais relevantes para a minha formação. Ali, eu aprendi a falar em público, a lidar com gente. E isso eu levei para a vida e sigo fazendo desde então.
Depois que me formei, fui trabalhar no mercado e, um ano e meio após ter concluído a graduação, houve um concurso para professor, também na UFPE. Eu fiz e fui aprovado em primeiro lugar. Tive sorte, pois foi a última seleção realizada pela universidade em que ter o título de mestrado não era algo obrigatório.
Comecei a ensinar em 1996 e sempre tive boa relação com os colegas e os alunos. Fui paraninfo de turma doze vezes seguidas. Na UFPE, fiz mestrado em Economia e depois, na PUC-RJ, cursei doutorado em Administração/Finanças. Fui secretário estadual adjunto de Educação entre 1999 e 2000, gerenciando 40 mil profissionais e um milhão de estudantes espalhados em mil escolas de todas as regiões de Pernambuco. Em 2008 me tornei coordenador do curso de Administração da UFPE.
Em 2007, criei o blog Acerto de Contas, que me tornou muito conhecido entre os alunos, e em 2011 me candidatei a reitor da UFPE, obtendo o segundo lugar com aproximadamente 6 mil votos.
Em 2013, a Laureate contratou um headhunter que me localizou e recebi o convite para ser diretor acadêmico da Faculdade dos Guararapes. O objetivo era transformar a instituição em Centro Universitário e conseguimos isso em janeiro de 2017, quando também me tornei o primeiro reitor da UniFG. Para ocupar o cargo, me licenciei das minhas atividades na UFPE. Aqui na UniFG, sigo exercendo meu papel de empreender, conciliar e educar. A proximidade com os alunos é, para mim, um elemento essencial do meu trabalho e, como disse, uma boa herança de meus tempos de militância estudantil. Gosto de mostrar novos caminhos aos alunos, de indicar possibilidades que a vida tem a oferecer, de ajudar aqueles que querem brigar por seus sonhos. Esse é o papel do professor que me tornei ao longo da vida. Essa é a missão que eu quero cumprir.